171. Kill Bill: Volume 1 (2003)

killbillcapa
A Noiva (Uma Thurman) e a espada Hattori Hanzo

Quentin Tarantino é um dos diretores mais aclamados da atualidade, com títulos que já são considerados clássicos modernos como “Pulp Fiction: Tempo de Violência” (1994) e “Bastardos Inglórios” (2009). Seus filmes têm boas histórias, quase sempre exibidas fora de ordem cronológica e divididas em capítulos, com personagens marcantes, trilha sonora impactante e muito, muito sangue.

“Kill Bill: Volume 1” (Kill Bill: Vol. 1, 2003) é a primeira parte da história da Noiva (Uma Thurman), uma assassina profissional cujo nome não é revelado (pelo menos no primeiro volume) que sofre uma tentativa de assassinato pelos integrantes do grupo a que pertencia: o Esquadrão Assassino de Víboras Mortais. Apesar de levar um tiro na cabeça, a Noiva sobrevive e, depois de ficar em coma por quatro anos, vai atrás de seus ex-parceiros em busca de vingança.

kill-bill-kill-bill-3751270-1400-918
Apesar de todo o sangue, a luta entre O-Ren Ishii (Lucy Liu) e a Noiva (Uma Thurman) é muito bonita, principalmente devido à gama de cores utilizada (branco, vermelho e amarelo)

Com mais de quatro horas de vídeo, Tarantino resolveu dividir a história em dois filmes com cinco capítulos cada. Nesta primeira etapa, conhecemos todas as vítimas da Lista da Morte da Noiva, mas assistimos a vingança apenas contra Vernita Green (Vivica A. Fox) e O-Ren Ishii (Lucy Liu).

Além de ser uma grande homenagem aos filmes de kung fu e faroeste e ao cinema asiático, “Kill Bill: Volume 1” traz detalhes escondidos nas cenas mais improváveis (como a mensagem “Fuck You” na sola do sapato da Noiva) e diálogos simples. Porém, o foco do roteiro é a sede de vingança da protagonista e as cenas de luta e batalha envolvendo a Noiva e quem quer que seja.

19348343_20131105203809395
Elle Driver (Daryl Hannah), a assassina de um olho só, prestes a tentar acabar com a vida da Noiva, depois de assobiar uma música macabra

Há no filme ao menos três cenas memoráveis e dignas de registro. A primeira é o assobio mortal de “Twisted Nerve” por Elle Driver (Daryl Hannah), a assassina de um olho só, enquanto chega no hospital e se prepara para acabar com a Noiva ainda em coma. A segunda é toda a sequência em anime que conta a origem de O-Ren Ishii, com muito sangue e embalado por uma canção linda, composta por um peruano, e que parece mais música de faroeste. A terceira é quando, na luta entre a Noiva e O-Ren, após um golpe certeiro da japonesa, a Noiva simplesmente – SPOILER – sacode a espada samurai e arranca o escalpo moreno de Lucy Liu, numa cena belíssima com predominância das cores branco (da neve e da roupa da asiática), vermelho (do sangue) e amarelo (da roupa e nos cabelos de Uma Thurman).

Mesmo não sendo indicado a nenhum Oscar (o roteiro merecia), “Kill Bill: Volume 1” garantiu nomeações justas à Uma Thurman como Melhor Atriz em Drama no Globo de Ouro e Melhor Atriz no Bafta. Uma é a personificação perfeita da Noiva e sabe, mais do que ninguém, o que se passa na cabeça da personagem, já que ajudou a criá-la. Outro destaque na atuação é Lucy Liu, calma e aparentemente fria, mesmo quando corta a cabeça de um chefão da máfia só para que não toquem mais em um assunto polêmico.

kill-bill-1449543154Quentin Tarantino é famoso por escolher minuciosamente a trilha de seus filmes e as canções escolhidas para cada capítulo ou cena são fantásticas em “Kill Bill”. Nancy Sinatra interpreta “Bang Bang (My Baby Shot Me Down)” logo no começo da projeção. Outros destaques são “Twisted Nerve”, composição original de Bernard Herrmann para o filme de mesmo nome; “Woo Hoo”, da banda The 5, 6, 7, 8’s (que também faz uma ponta no longa); e “The Grand Duel (Parte Prima)”, do peruano Luiz Bacalov, que embala o anime no meio do filme. Oficialmente, a trilha sonora é creditada ao rapper RZA (ou The RZA), mas são poucas as músicas compostas por ele. As canções selecionadas remetem também à clássicas composições de Ennio Morricone, gênio do estilo faroeste (ou western), que ganhou o último Oscar de Melhor Trilha Sonora por “Os Oito Odiados”, o mais recente título do diretor Tarantino, e que é compositor oficial de mais de 500 (!) filmes.

Nota: 7/10

Um comentário sobre “171. Kill Bill: Volume 1 (2003)

  1. Pingback: 266. Kill Bill: Volume 2 (2004) | 288filmes

Deixe um comentário